quinta-feira, 21 de abril de 2011

GERAÇÕES DE APARELHOS DE TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA
Desde a sua invenção várias gerações de equipamentos surgiram, sendo a primeira e segunda gerações com características de translação e rotação do tubo e detectores em torno do objeto estudado, tendo poucos detectores. Os aparelhos da terceira geração têm maior número de detectores, nos quais o tubo e os detectores realizam rotação em torno do objeto. Os aparelhos da quarta geração têm a coroa de detectores fixa e apenas o tubo gira em torno do paciente. A quinta geração são os aparelhos helicoidais que têm movimentos simultâneos do gantry e mesa. A sexta geração são os aparelhos multislice que, além dos movimentos simultâneos do gantry e mesa, possuem fileiras de detectores que permitem múltiplas aquisições simultâneas.
Primeira Geração:
  • Princípio de translação e rotação.
  • Feixe retilínio único.
  • Tempo de 4 a 6 minutos
  • Único detector.
  • Tomografia apenas do crânio.
Nos equipamentos de primeira geração, o método de aquisição de dados é baseado no princípio de translação e rotação, onde um único feixe de raios-X e um detector realizam um movimento de translação ao longo de linhas paralelas e lados opostos coletando dados. Então o conjunto roda em torno da estrutura anatômica em incrementos de 1º grau e outra translação ou “passagem de escaneamento” é realizada desta vez em direção oposta.
Esta operação translação – parada – rotação – translação – parada – rotação é repetida até alcançar 180º de rotação em torno da cabeça do paciente. Para produzir um corte completo do objeto requer aproximadamente de 4 até 6 minutos.
Segunda Geração:
  • Princípio de translação e rotação.
  • Pequeno feixe de raios X
  • Múltiplos detectores (30-50).
  • Tempo de 20 a 30s.
Assim como os tomógrafos de primeira geração, os equipamentos de segunda geração estão baseados no princípio de translação e rotação. Em contraste com o equipamento de primeira geração, os tomógrafos de segunda geração forneciam um feixe de raios X em forma de leque, com até 30 detectores ou mais para a aquisição de dados. Este novo desenvolvimento permite que os dados sejam adquiridos de mais de um ângulo durante uma translação. As vantagens dos equipamentos de segunda geração são óbvias. Tempo total de aquisição reduzido, borramento e artefatos de movimento respiratório são reduzidos, entretanto, a densidade e a resolução espacial ainda não apresenta grandes diferenças.
Terceira Geração
  • Princípio de rotação.
  • Rotação conjunta de tubo e detectores.
  • Feixe de raios X em leque pulsado.
  • Múltiplos detectores (260 – 520).
  • Tempo de 5 a 10s.
Os equipamentos de terceira geração têm sua geometria de aquisição de dados radicalmente modificada, com a eliminação do movimento de translação o que permite tempos de aquisição ainda menores que equipamentos de segunda geração. Nestas máquinas o tubo de raios X e um conjunto de detectores dispostos contiguamente rodam em torno do paciente. A imagem é obtida por um feixe de raios-X em leque que são reconhecidos por 200 a 600 detectores que giram sincronicamente com o tubo. Entretanto, não mais de duas rotações completas são possíveis antes que o gantry tenha sua direção revertida, visto que cabos elétricos usados para suprir o tubo de raios X, coletar dados dos detectores funcionam com mecanismos de enrolar/desenrolar. O tempo de escaneamento é de 5 a 10 segundos e os artefatos respiratórios são praticamente eliminados. Permitiu uma varredura de todo o corpo, que não era possível com os scanners antigos.

Quarta geração
  • Princípio de rotação
  • Rotação apenas do tubo.
  • Múltiplos detectores fixos dispostos em anel.
  • Largo feixe de raios X.
  • Tempo de 2 a 10s.
Um equipamento de quarta geração consiste em múltiplos detectores fixos que formam um anel em torno do objeto, dentro do gantry. O tubo de raios-X move-se em torno do objeto 360º, emitindo um feixe deraios X cuja geometria é descrita como de um grande leque. Cerca de 300 a 1000 detectores recolhem os dados que são gravadosdurante a rotação. O tempo de escaneamento é de 2 a 10 segundos. Os artefatos causados por movimentos peristálticos, cardíacos praticamentedeixam de ser percebidos.
Quinta Geração (Espiral/Helicoidal):
  • Rotação contínua.
  • Movimento de translação da mesa.
  • Tempo de sub-segundo na aquisição.
  • Tubo com apenas um foco.
  • Uma fileira de detectores.
  • Reconstrução instantânea.
  • Ilimitada capacidade calorífica do tubo.
  • Aumento da cobertura anatômica.
  • Exames com menos filmes.
Durante os primeiros anos da década de 1990, um novo tipo de scanner foi desenvolvido, chamado scanner de TC por volume (helicoidal/espiral). Com esse sistema, o paciente é movido de forma contínua e lenta através da abertura durante o movimento circular de 360º do tubo de raios X e dos detectores, criando um tipo de obtenção de dados helicoidal ou “em mola”. Dessa forma, um volume de tecido é examinado, e dados são coletados, em vez de cortes individuais como em outros sistemas. Os sistemas de TC por volume utilizam arranjos de detectores do tipo de terceira ou quarta geração, dependendo do fabricante específico. O desenvolvimento de anéis de deslizamento para substituir os cabos de raios X de alta tensão permite rotação contínua do tubo, necessária para varredura do tipo helicoidal. Anteriormente o movimento do tubo de raios X era restrito por cabos de alta tensão fixados, e limitado a uma rotação de 360º em uma direção compreendendo um corte, seguida por outra rotação de 360º na direção oposta, criando um segundo corte com o paciente movendo um incremento entre os cortes. O desenvolvimento de tecnologia de engenharia de anéis de deslizamento permite rotações contínuas do tubo, que, quando combinadas com o movimento do paciente cria dados de varredura do tipo helicoidal com tempos totais de varredura que são a metade ou menos daqueles de outros scanners de terceira ou quarta geração.
Sexta Geração (Multislice):
  • Rotação contínua do tubo
  • Translação da mesa.
  • Tubo com duplo foco.
  • Dupla fileira de detectores.
  • Redução do tempo de escaneamento.
No final de 1998, quatro fabricantes de TC anunciaram novos scanners multicorte, todos capazes de obter imagens de quatro cortes simultaneamente. Esses são scanners de sexta geração com capacidades helicoidais e com quatro bancos paralelos de detectores, capazes de obter quatro cortes de TC em uma rotação do tubo de raios X. Uma das vantagens desse método é a velocidade de obtenção de imagens, especialmente quando o movimento do paciente é um fator limitante. Essa obtenção mais rápida de imagens torna possíveis estudos cardiovasculares por TC, exames pediátricos ou outros casos em que são necessários tempos de exposição rápidos.
Uma segunda vantagem relacionada à velocidade de obtenção de imagens é a capacidade de adquirir um grande número de cortes finos rapidamente. Essa velocidade, por exemplo, torna possível a angiografia por TC com doses menoresdo contraste exigido; ou um exame de abdome completo por TC é possível com cortes muito finos, de 2 a 3 mm, em um tempo de exame razoavelmente curto.
Uma desvantagem dos scanners de multicorte são os custossignificativamente maiores. Há também algumas limitações quanto à tecnologia de aquisição de dados, muitas vezes, incapaz de processar o grande volume de dados que pode ser obtido por esses sistemas.

Tomografia Computadorizada

Tomografia computadorizada
Nos atuais tomógrafos computadorizados, um tubo de raios-X emite um feixe de radiação de forma laminar e de espessura muito fina, da ordem de milímetros, que atravessa o paciente indo sensibilizar um conjunto de detectores. Estes, por sua vez, se encarregam de transmitir o sinal em forma de corrente elétrica de pequena intensidade a um dispositivo eletrônico responsável pela conversão dos sinais elétricos em dígitos de computador.
Para que a imagem possa ser interpretada como uma imagem anatômica, múltiplas projeções são feitas a partir de diferentes ângulos. O computador de posse dos dados obtidos nas diferentes projeções constrói uma imagem digital representada por uma matriz.
Cada elemento de imagem da matriz (pixel) se apresentará com um tom de cinza correspondente à sua densidade radiológica.
A escala proposta por Hounsfield e largamente utilizada nos equipamentos atuais, associa as densidades das diferentes estruturas anatômicas a um grau específico na escala de cinza.

Características do Método
1 .– A Tomografia apresenta feixe de aspecto laminar e em forma de leque.
2. – A aquisição das imagens ocorre no plano do “gantry” o que, primariamente, gera cortes transversais ao plano do corpo.
3. – A imagem final é digital e pode ser facilmente manipulada por softwares.
4 .– Quanto maior a matriz melhor será a resolução da imagem.

A Imagem em Matriz
Por matriz, entendemos um arranjo de linhas e colunas.
A imagem tomográfica é uma imagem matricial onde, o arranjo das linhas e colunas, formam os elementos de imagem denominados individualmente pixel, que é, por sua vez, a área resultante da interseccão das linhas com as colunas.
A espessura do corte forma a terceira dimensão e, está relacionada à profundidade do corte. O volume formado pelo pixel e pela profundidade do corte é conhecido por voxel.
Nos tomógrafos atuais a matriz usual possui alta definição e dimensões de 512 linhas x 512 colunas. O primeiro tomógrafo EMI possuia matriz de resolução 80 x 80.

Representação do Voxel




















Para que a imagem de tomografia possa ser reconstruída de forma a demonstrar as estruturas em sua forma real, faz-se necessário, múltiplas tomadas de dados em diferentes ângulos de projeção. A partir dos dados obtidos em cada leitura o computador interpreta o grau de densidade dos diferentes tecidos atribuindo a cada um o valor correspondente de uma escala de cinzas. O resultado final é apresentado pelos pixels que formam a imagem tomográfica.
Cada voxel representa a unidade de volume da imagem, considerando a espessura do corte, e apresenta coeficiente de atenuação linear específico.
Gerações de TC
O tomógrafo de primeira geração, como o primeiro apresentado à sociedade científica nos anos de 1972 por Godfrey N. Hounsfield, apresentava as seguintes característica
Feixe de radiação muito estreito, que fazia uma varredura linear sobre o objeto coletando informações de 160 feixes distintos. Feita a primeira varredura o tubo sofria uma rotação de 1 grau para iniciar nova varredura e coletar as informações de outros 160 feixes na nova projeção.
Esse processo se repetia por 180 vezes e, assim, obtinha-se informações do objeto em 180 projeções diferentes , com variações de 1 grau em cada projeção e coleta de dados de 160 feixes por projeção. O tempo de aquisição de um corte tomográfico era de aproximadamente 5 minutos e um estudo completo durava muitas vezes mais de uma hora.
O equipamento de 2ª geração trouxe como inovação a aquisição de dados a partir de um conjunto de detectores, reduzindo drasticamente, o tempo de aquisição das imagens. Nestes equipamentos o feixe passou a ser laminar e, em forma de leque, de forma a cobrir o conjunto de detectores variáveis entre 20 e 40 dependendo do fabricante.
Hoje, estes equipamentos, estão proibidos de operarem no mercado por apresentarem taxas de doses não compatíveis com os níveis admissíveis.
Os equipamentos de terceira geração apresentaram uma evolução significativa. Nestes equipamentos, eliminou-se o que conhecemos por varredura linear. A partir de então, os tubos pararam de fazer varredura a cada grau e passaram a fazer movimentos de rotação contínuos ao mesmo tempo em que se fazia a coleta dos dados.
Uma quarta geração de equipamentos de TC surgiu com um conjunto de detectores distribuídos pelos 360 graus da abertura do gantry, ocupando assim, todo o anel.
O Sistema Helicoidal (ou espiral )















Os cortes tomográficos são obtidos com a mesa em movimento, de forma que, as “fatias “ não são necessariamente planas mas, na forma de hélices, enquanto que, o método de aquisição, se assemelha a um modelo espiral.
Novos conceitos foram introduzidos, destacando-se: Revolução, Pitch e Interpolação.
REVOLUÇÃO : Compreende o giro de 360 graus do conjunto tubo-detectores. O tempo de aquisição dos cortes influencia a velocidade de rotação do conjunto. Nos TCs helicoidais o tempo de revolução médio é de 1 segundo.
Pitch: Representa a razão entre o deslocamento da mesa pela espessura de corte. Nas aquisições das imagens helicoidais com pitch de 1:1 , observamos que; a mesa se desloca na mesma proporção da espessura do corte em cada revolução. Assim , se os cortes forem de 10 mm, para cada imagem a mesa se deslocará 10 mm.
Fator importante a considerar nos casos de trabalho com pitchs de relação maiores que 1:1 , é que, a quantidade de radiação por fatia de corte será sensivelmente reduzida, aumentando assim o ruído da imagem provocado pela baixa dose de exposição.













INTERPOLAÇÃO : A aquisição dos dados em TC helicoidal, gera imagens que, embora não perceptíveis ao olho humano, apresentam um aspecto em forma de hélice, resultado da aquisição espiral.

Tomografia Helicoidal Multi-Slice
Os tomógrafos multi-slice trabalham com várias coroas de detectores pareadas, que podem, ou não, apresentarem as mesmas dimensões. Alguns fabricantes optam por conjunto de detectores de diferentes dimensões por entenderem que, desta forma, obtém-se maior estabilidade dos detectores em determinadas espessuras de corte. As coroas podem apresentar detectores que vão desde 0,5 até 10 mm.
Outra característica notável dos tomógrafos multi-slice, está relacionado à velocidade com que o conjunto tubo-detectores gira no interior do gantry. Em alguns equipamentos, revoluções de até 0,5 segundos ( tecnologia sub-second ). Este reduzido tempo permitiu novos estudos de tomografia com sincronização cardíaca.
A sincronização cardíaca (gating), associado às pequenas espessuras de corte, possibilitou o estudo do coração com alta resolução anatômica, e melhor definição das patologias das artérias coronárias.
Múltiplos detectores


















Múltiplos cortes








O TUBO de RAIOS-X do TC
Os tubos empregados em TC são bastante similares aos utilizados nos equipamentos radiológicos convencionais. Na constituição desses tubos, uma ênfase especial é dada a forma de dissipação do calor, uma vez que, esses tubos ficam sujeitos a uma maior frequência de exposição, exposições mais longas e, altas doses de exposição.
A sua disposição no interior do gantry, particularmente no que se refere ao eixo catodo-anodo, ocorre de forma perpendicular ao seu movimento de rotação
Nos equipamento de 3ª geração, os tubos apresentam, em geral, uma vida média de cerca de 80.000 cortes. No equipamentos helicoidais e nos multi-slice, os tubos são projetados para apresentarem vida média de aproximadamente 500.000 cortes.
A documentação tomográfica é a última etapa do exame de tomografia computadorizada. Uma boa documentação, além de demonstrar zelo com o exame, pode ser decisiva para uma correta interpretação do estudo. As imagens devem ser documentadas levando-se em consideração qual o tecido de maior interesse (assunto) e, evidenciando-se, na medida do possível, o contraste da imagem.
O tecido de interesse é estabelecido pelo nível da imagem ( Window Level ) e representado pelo valor WL. O contraste da imagem depende da amplitude da Janela (Window Width ) representado por WW. Janelas muito amplas apresentam imagem tomográficas acinzentadas e, portanto, de baixo contraste, mas podem representar fator de qualidade, na medida em que, um maior número de estruturas estarão presentes na imagem.















Artefatos
Artefatos de anel ( Rings artifacts )
Os artefatos na imagem que se apresentam em forma de anel, está inicialmente relacionado com problemas nos detectores.
Materiais de alta densidade.( Strike)
Objetos metálicos, implantes de materiais de alta densidade, como as obturações dentárias, projéteis de arma de fogo, entre outros, produzem artefatos lineares de alta densidade.
Materiais de alto número atômico.
Os materiais de alto número atômico tendem a ser comportar como os materiais metálicos e, produzir artefatos do tipo “Strike”. Os meios de contraste positivos como; o Iodo e o Bário em altas concentrações, devem ser evitados, ou, usados com critério.
Ruído da imagem.
O ruído, aspecto que confere granulosidade às imagens, ocorre principalmente em função da utilização de feixes de baixa energia ou, quando o objeto apresenta grandes dimensões, como no caso dos pacientes obesos.
Equipamento de Tomografia Computadorizada






















O sistema está composto de: Gantry, Mesa de Exames, Mesa de Comando, Computador para processamento das imagens .
O gantry é o corpo do aparelho e contém:
Tubo de Raios-X
Conjunto de Detectores
DAS ( Data Aquisition System )
OBC ( On-board Computer )
STC ( Stationary Computer )
Transformador do Anodo
Transformador do Catodo
Transformador do filamento
Botões controladores dos movimentos da mesa e do gantry.
Painel identificador do posicionamento da mesa e do gantry.
Dispositivo LASER de posicionamento.
Motor para rotação do Tubo .
Motor para angulação do gantry.
Mesa de ExamesSuporta paciente até 180 Kg.
Movimento de elevação.
Mesa de tampo deslizante
























Mesa de ComandoMonitor para Planejamento dos exames
Monitor para Processamento das imagens.
Mouse .
Trackball (Bright Box ).








































Tomografia significa imagens de tomos, ou de planos. Com este método, podemos estudar estruturas localizadas no interior do corpo, situadas em outros planos, sem superposição. É uma técnica também conhecida como radiografia segmentar do corpo, planigrafia, laminografia e estratigrafia. Podem ser feitas tomografias lineares, circulares, elípticas, hipocicloidal como também, transversas.

A tomografia linear é realizada por um aparelho, cuja ampola de raios-X emite radiação, movendo-se simultaneamente e em direção oposta ao filme, sendo a ele conectado por uma haste. Este método utiliza o princípio de que a irradiação de um corpo em movimento impede a formação de imagem nítida. O "plano de corte" do paciente é o único que permanece sem movimento, durante a exposição, permitindo que a imagem formada seja nítida.

A tomografia linear vem sendo largamente substituída pela tomografia computadorizada (TC) devido às vantagens que esta proporciona na quantidade e qualidade de informações. No entanto, por sua simplicidade, ela ainda pode ser de grande valia em locais onde o acesso à TC seja limitado.

A TC, como o próprio nome diz, é uma tomografia realizada com o auxílio de um computador. O método utiliza um tudo de raios-X, que emite radiações movendo-se em semicírculo, em torno do paciente. Ao invés do filme convencional, a radiação é captada por sensores conectados ao computador, que decodificam a intensidade da radiação em valores numéricos e os transformam numa escala de tons, que varia do branco ao preto, passando por várias tonalidades de cinza. (Ver quadro 1)

Na TC estudamos as estruturas em cortes axiais e, em alguns casos, coronais. A documentação do estudo é feita usualmente em filmes especiais, mais sensíveis do que os utilizados na radiologia convencional. As imagens mais importantes podem ser arquivadas em disco magnético para reestudo, ou comparação futura.

1.2 - EVOLUÇÃO

Em 1973, nos Estados Unidos os aparelhos eram específicos para realizar TC do crânio, mas em 1974 já se fazia TC de todo corpo. Com o desenvolvimento da tecnologia, o tomógrafo passou por várias gerações. O de primeira geração possui um detector e realizam cortes de vários minutos; os de segunda geração, de 5 a 50 detectores e cortes de 6 a 20 segundos; os de terceira geração, de 200 a 600 detectores e cortes de 3 a 8 segundos; e os de quarta geração possuem de 300 a 1000 detectores e fazem cortes de 1 a 4 segundos. Com maior número de detectores, de menos tempo de corte e com aumento da resolução da imagem reduz os artefatos gerados pelos movimentos respiratórios, peristálticos e batimentos cardíacos fornecendo melhores informações.


2 - PRINCÍPIOS BIOFÍSICOS

Os valores numéricos dos coeficientes de absorção dos diversos tecidos são calculados sempre em relação ao coeficiente linear da água, para o qual é atribuído o valor numérico de zero, em uma escala que pode variar de acordo com a aparelhagem usada. Entre os tecidos humanos, os ossos estariam na faixa mais alta da escala, e ar (pulmão e tubo digestivo), na faixa mais baixa. Estes valores são denominados Unidades Hounsfield ou UH (físico inglês, pioneiro da TC) ou valores de atenuação.

Como nos exames da Radiologia Convencional, a definição da imagem depende do contraste entre as diferentes densidades das estruturas, conseqüente do grau de absorção de raios-X em cada uma delas. Como o computador consegue ter mais sensibilidade na detecção da radiação, existe maior gama de tons intermediários, permitindo maiores informações que na Radiologia Convencional.

A cada valor numérico corresponde um tom de cinza, preto ou branco na composição da imagem. (Quadro 1)

Densidade na TC
Valores de atenuação
Imagem no filme

Meio de contraste
+100 a 1.000
Branca brilhante

Osso
100
Branca

Água, (partes moles)
0 a 100
Cinza médio

Gordura
-60 a –100
Cinza escuro

Ar
-120 a –1.000
Preta


Quadro 1

2.1 - DENSIDADE

A densidade é usualmente referenciada às partes moles, cujo valor é variável entre 0 a 100 UH. Fala-se, assim, de imagens hipodensas ou hiperdensas.

Imagem Hipodensa: valores de atenuação baixos, isto é, entre o ar e a água, menores ou iguais a 100 UH formam imagens do preto ao cinza escuro. Ex: ar, gordura e líquor.

Imagem Hiperdensa : valores de atenuação altos, isto é, maiores ou iguais a 100 UH, formam imagens brancas. Ex: calcificações, meio de contraste.

Imagem mista: Imagem com as duas densidades (parcialmente hipodensa e hiperdensa).


3 – IMPORTÂNCIA

A tomografia linear é útil para melhor definição de contornos e identificação de elementos no interior de uma lesão (calcificações e cavitações) não visibilizados na radiografia convencional. As indicações de procedimentos estão diretamente relacionadas com a lesão a ser observada, a escolha desta modalidade de exame deve levar em conta vários fatores. Geralmente, áreas anatômicas, como o retroperitônio e a pelve, são, na maioria dos casos, mais adequados para orientação por TC, assim como lesões pequenas situadas em áreas críticas, em situações em que seja preciso evitar alças intestinais ou estruturas vasculares. Em pacientes imunologicamente comprometidos, em indicação clínica de uma biópsia por grande agulha cortante ou quando deve ser injetado algum tipo de agente de contraste, como o contraste urográfico ou ar, a TC também é a modalidade escolhida.

3.1 - CONTRASTE

Na TC utilizamos meio de contraste endovenoso à base de Iodo, cuja densidade metálica permite não só dissociar vasos como demonstrar processos dinâmicos de funcionamento dos órgãos estudados. A injeção endovenosa de contraste iodado permite uma melhor avaliação melhorando o detalhadamento anatômico (a visualização da estruturas bem como todos os seus detalhes anatômicos).

Os contrastes iodados são macromoléculas com densidade suficiente para absorver os feixes de raios-X. Essas substâncias são excretadas pelos rins, sendo filtradas pelos glomérulos e concentrada pelos túbulos, aparecendo em grande concentração nas vias excretoras.

Quando fazemos a injeção endovenosa do meio de contraste, as lesões podem captar ou não o iodo. Baseados nesse fato podemos classificar as lesões em:

Lesão hipercaptante – lesão que capta muito o meio de contraste;
Lesão hipocaptante – lesão que capta pouco o meio de contraste;
Lesão não captante – lesão que não capta o meio de contraste;
Lesão espontaneamente densa – lesão com alta densidade sem a injeção do meio de contraste;
Lesão isodensa – lesão que capta o meio de contraste e torna-se de igual densidade às estruturas vizinhas.
3.2 - CONTRA INDICAÇÃO

A TC é contra-indicada nas seguintes situações: mulheres grávidas, pessoas obesas (acima de 150 Kg), portadores de alergia ao contraste iodado ou com insuficiência renal crônica (somente submetem a fase sem contraste), pessoas que fizeram exames contrastado recentemente utilizando substância de sulfato de bário, pessoas com distúrbios neurológicos, portadores de mal de Parkinson e outras afecções que causam movimentos involuntários, distúrbios psiquiátricos e os extremos de idade.

3.3 – COMPLICAÇÕES

As complicações gerais de procedimento da TC são limitadas à técnica inadequada, ausência de cooperação do paciente ou processos intersticiais obstrutivos ou difusos não diagnosticados no pulmão.


3.4 - ARTEFATOS METÁLICOS

São imagens que não pertencem à lesão, e que tiveram a origem a partir de corpos estranhos, como a do metal das próteses dentárias. Isso ocorre porque o metal impede a passagem dos raios-X, como na radiologia convencional. As estruturas situadas por trás do metal não são detectadas, formando imagens lineares pretas.

3.5 - ARTEFATOS DE MOVIMENTO

Em decorrência de movimentos voluntários ou não do paciente, as imagens tornam-se tremidas (sem nitidez), perdendo a definição.

3.6 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DA TC

A radiografia em duas incidências permite estudar topografia e contornos da lesão. Na tomografia linear os contornos são ainda mais nítidos. Já na TC podemos estudar densidades, relação com estruturas vizinhas e planos de clivagem.

3.6.1 – VANTAGENS

Obtenção de imagens em cortes, sem superposição, capacidade de detectar diferenças de densidades tissular da ordem de 0.5% ou menos, capacidade de através da análise dos valores numéricos dos coeficientes de absorção identificar os componentes dominantes das estruturas, possibilidade de processar a imagem a qualquer momento através de dados armazenados em discos magnéticos.

3.6.2 – DESVANTAGENS

"Alto custo", utiliza radiação ionizante e meio de contraste iodado, limitação de planos de corte em equipamentos mais antigos que não fornecem boas imagens de reconstrução.


4 - CONCLUSÃO

Concluímos que a Tomografia Computadorizada é um exame que possibilita a visualização de lesões, usando feixes de raios-X que são transmitidos para o computador resultando em um material que auxilia no diagnóstico de várias doenças. Mencionado exame evoluiu tecnologicamente, passando por modernos equipamentos, o que possibilitou uma menor exposição do paciente à radiação e resultados mais efetivos.